quarta-feira, 31 de julho de 2013

O MANUAL VIROU LIVRO!

O Manual do Pai Solteiro virou livro pela editora Best Seller - Record. Nas melhores livrarias do Brasil.

Muito obrigado a todos que nos acompanharam e continuam com a gente nessa nova fase. Espero que curtam e deem retorno pelo blog. 






Ótimo presente pro dia dos pais!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

DICAS DO MANUAL

Homem tem que ter pegada, é o que elas dizem. Nada mais frustrante quando esperam da gente uma atitude e ...nada. Não conseguimos. Não dar conta desses pequenos privilégios masculinos, que inclui matar barata e pagar a conta no primeiro encontro não é lá muito abonador. A historinha abaixo é pra livrar o pai, homem da casa, chefe de família de um comum embaraço.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Vamos amar


- Papai, você faz sexo?

Parece lugar comum quando a gente ouve de outros, mas quando aconteceu comigo eu perdi o rebolado.  Pensei em mil respostas e me lembrei de uma música. Procurei a dita no youtube e ficamos nós dois ouvindo e rindo desse jazz de Cole Porter (um dos melhores cancioneiros de todos os tempos) com versão de Chico Buarque (idem), na voz dele e da nossa querida Elza Soares. A música foi mote de um diálogo tranquilo sobre sexo, sobre como estamos todos aqui no mundo e até sobre partenogênese, a forma mais sem graça de fazer herdeiros.


domingo, 2 de junho de 2013

TUDO NOVO DE NOVO

Queridos leitores, o Manual está em nova fase. A partir de agora novas postagens sobre uma outra etapa de nossas vidas: A pré-adolescência de minha filha. Essa momento se adiantou; antigamente vinha lá pelos dez, onze anos. A pequena tem nove, mas desde os sete vem achando que sabe tudo. Acha que sabe mais do que eu, do que a mãe, do que os avós, a professora, e todo o mundo. Sexo, autoridade, sociabilidade, importância das matérias dadas na escola, valores, e outros tantos segmentos do conhecimento humano agora estão em xeque. Manter a minha postura de adulto perante essa nova pessoa abastada de certezas dúbias não é fácil. Sou posto a prova todo dia. A segurança conquistada nesses nove anos de paternidade passou a não adiantar muita coisa. É como se uma pessoa diferente aparecesse em minha vida. É quase um recomeço, quando preciso entender e reconhecer essa pessoinha que se desenvolveu, processou todas as informações que lhe foram dadas e agora eclode. Vida própria. Desafio. Bem vindos ao Manual do Pai Solteiro, fase 2: A pré-adolescência.

terça-feira, 8 de maio de 2012

UMA NOITE INESQUECÍVEL


Depois de vários anos sem ir ao inferninho que adorava, ele fica sabendo que o lugar vai ser reinaugurado depois de uma reforma. Sua mulher entrou no seu Facebook, leu mensagens bastante comprometedoras e ele admitiu que apesar de amá-la e de não tê-la traído, tinha compulsões por aventuras virtuais. Foi expulso de casa. Como antigo habitué e velho conhecido dos proprietários conseguiu duas cortesias. Achou que era apenas uma crise e não viu mal algum em aproveitar a oportunidade.  Levou o amigo que estava lhe emprestando o sofá e demorou pra chegar ao balcão. Lotado. A música péssima, as moças não o notavam e a única pessoa conhecida era seu novo estagiário que o cumprimentou com um aceno. Pediu uma cerveja e recebe uma carta com 40 opções. Sorri pra gatinha ao lado que bebe rindo um ice com energético. Ela da um beijo de língua na namorada e lhe mostra o dedo médio. Ouve uma gargalhada do amigo, mas finge que não é com ele. Enquanto tenta ler a carta de premium beer, na penumbra, relutando em sacar os óculos para presbiopia, cogita a possibilidade de estar fora da faixa etária recomendada para o estabelecimento. Finalmente toca uma música que presta, Bed Is Too Big Without You, do The Police. Já com uma stout amargando a língua, vê um homem mais velho que ele beijando uma garota que parecia bastante com sua sobrinha. Lembra que tem que sair pra fumar, sobe a escada, e vê em contra-luz uma silhueta vindo em sua direção. Quando consegue focar vê sua mulher, ruiva e com um vestido azul-esverdeado maravilhoso.

segunda-feira, 26 de março de 2012

CAZUZA PARA CRIANÇAS

"Nossos destinos foram traçados na maternidade"

Toda vez que ouço esse verso eu lembro de minha filha. Adoro cantar essa música pra ela, na íntegra. E como curto várias do saudoso Cazuza, fiz pra ela essa versão de "Faz parte do meu show"


FAZ PARTE DO MEU SHOW (PRA AVA)

Te levo pra escola e encho a sua bola com todo meu amor
Te levo pra festa da sua amiguinha, compro lápis de cor
Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão
Faz parte do meu show, faz parte do meu show, meu amor

Confundo seus cachos com cachos de uva, com cachinhos de flor
Você, minha filha, mudou minha vida, me lembra um beija-flor
Vago na lua deserta dos bares de Belô
Quando a saudade aperta, ligo só para ouvir o seu alô.
Faz parte do meu show, faz parte do meu show, meu amor

segunda-feira, 19 de março de 2012

DÔDI

Ela era uma boa mãe. Interessava-se pelo desempenho do filho na escola, ia a todas as reuniões, se esmerava na elaboração de uma dieta equilibrada e saudável, ia às peças de teatro infantil premiadas, a filmes que não subestimavam a inteligência das crianças e lia todas as noites, para embalar o sono de seu pequeno, livros que eram elogiados e recomendados por pedagogos. A rotina de mãe solteira somente às vezes lhe era pesada. Ela havia eleito aquele menininho como o homem de sua vida e assim seria. Quando estava em algum projeto mais difícil (abandonou o emprego de horário integral para trabalhar como designer free-lancer em casa) ela virava noites, se entupia de café com guaraná, maquiava as olheiras, mas não furtava de seu filho seu tempo e atenção.

O pai da criança morava nos Estados Unidos e era casado com uma americana que, com chantagens emocionais e financeiras, afastou-o definitivamente do filho brasileiro. O caráter duvidoso do pai, sempre atrás de vida fácil, era a desculpa para que Letícia não se amargurasse. O menino era seu orgulho e ela faria tudo para que ele fosse o oposto do pai: um profissional brilhante e responsável, daqueles que são referência em sua área, que dão palestras e entrevistas. E que, conseqüentemente, teria grande sucesso financeiro. Dinheiro é a recompensa por um trabalho bem feito, nunca deve ser o objetivo principal de alguém decente, filosofava ela. Quando o pai morreu, misteriosamente, Letícia teve um misto de alívio e preocupação. Ela sonhava que o pai de Marquinhos daria uma força para que o menino fizesse faculdade em uma escola americana, possivelmente Harvard.


Um grande pato Donald foi o último presente enviado pelo pai, através de um amigo. O menino instantaneamente se apaixonou por aquele boneco de chapéu de marinheiro que chamava de Dôdi. Dôdi era arrastado, amassado, molhado e vivia cheio de manchas de comida ou coisa pior, por isso dormia todo dia dentro da máquina de lavar. Quando não amanhecia limpo e seco o dia prometia começar mal. Com os anos, Dôdi havia virado não a lembrança do pai, mas um membro inerte da família, tinha lugar fixo na mesa e era mais amado que a avó com alzheimer. Marquinhos não pensava nele como um brinquedo, era seu melhor amigo, dependia dele emocionalmente. Foi às primeiras duas semanas de aula acompanhado de Dôdi até que a professora se cansou de ter que dar beijinhos de despedida naquela pelúcia suja. Para Letícia, Dôdi era como uma mistura do coelho da Mônica com Chuck, o brinquedo possuído. Tinha medo de que ele começasse a falar a noite, contando os detalhes ignorados de sua morte violenta. Agora além de enfiar Dôdi na máquina, dava duas voltas na tranca da porta que separava a cozinha da área.


Depois de ver Toy Story, animação onde os brinquedos têm vida apenas longe dos olhos humanos, Letícia surtou. Aproveitou que Marquinhos não estava tão obcecado pelo boneco - acabara de ganhar um autorama - e entregou Dôdi ao primeiro menino que a abordou no sinal de trânsito. Nessa noite se sentiu como aquelas mães da praça de maio que finalmente enterram os restos mortais do filho. Ao acordar, chorando muito, foi ao quarto de Marquinhos para beijá-lo e tentar diminuir seu remorso. Teve um calafrio e uma dor no peito ao encontrá-lo abraçado a Dôdi. O susto causou
-lhe um infarto tão forte que sequer entendeu que havia tido um sonho.


Alguns anos depois o pai de Marquinhos volta ao Brasil com nome e rosto diferentes. Está milionário por ter conseguido enganar
a companhia de seguros com o apoio de sua comparsa. Procura seu filho e, chantageado pelo avô, que alegava ter gastado muito dinheiro com o menino, diz-lhe que mandara quinhentos mil dólares dentro de um boneco de pelúcia há quatro anos e que provavelmente estavam em alguma conta secreta da falecida.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A GUARDA COMPARTILHADA E NÓS


Eu, minha filha e a mãe dela somos uma família diferente. Não moramos juntos mas conversamos todo dia, trocamos idéias quando temos algum problema e falamos dos acontecimentos do dia. Ava mora parte da semana comigo, parte com a mãe. E isso desde que ela tinha 1 ano e meio. No começo muitas pessoas desconfiavam se isso iria ser bom para ela e que optamos pela guarda apenas para que tivéssemos tempo livre, sem pensar no bem da criança. Sabíamos que a troca de informações constante e a sincronia na rotina das duas casas seriam primordiais para que a guarda desse certo. E foi a partir de muita conversa e com um olhar sempre atento para o comportamento e hábitos da nossa pequena que fez com que, seis anos depois, a gente se orgulhasse da decisão que tomamos. Compartilhei nesse blog várias das fases que passamos nesses anos e continuo, de vez em quando, postando alguma coisa que realmente acho que valha a pena. Nesse último ano pouca coisa mudou na nossa rotina e isso acaba refletindo nos posts. Comecei a achar que era tudo muito parecido com o que tinha escrito e dei um tempo. Volto, motivado pela notícia de que a opção pela guarda compartilhada dobrou em 10 anos (de 2000 para 2010), como mostra a reportagem abaixo. Civilidade, respeito, paciência, compreensão, amor. Uma boa relação pós­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­-separação precisa de tudo isso. Momentos difíceis existem, assim como nas famílias convencionais.

Veja 10 dicas de como sobreviver ao seu ex, neste Verão - Matéria de Flávia Azevedo para o correio 24h

O ideal é que a relação seja saudável. Nesse caso, parabéns ao ex-casal! Mas, pode não ser. E aí, vamos combinar um negócio? Neste Verão, q...