terça-feira, 6 de abril de 2010

COLUNA PARA A REVISTA GLOSS 31 - ABRIL DE 2010

Eu e Ava estamos na revista Gloss de abril, capa da Isabeli Fontana, a convite de Sandra Soares, editora de comportamento. Fiquei superfeliz com o convite. Espero que gostem.


“Homens morrem crianças, mulheres nascem adultas”.

por Aggeo Simões

Esse aí em cima é o título do livro de auto-ajuda que eu, infelizmente, nunca vou escrever. Me veio à cabeça quando minha filha começou a dar banho, comidinha e beijos de boa noite em suas bonecas. De vez em quando a Luna, nossa cachorrinha, entra na dança. Se não fosse pela sua índole de monja tibetana, a coitada já tinha fugido há tempos.

Pois é, o que leva as meninas a brincarem tão cedo com sérias e trabalhosas obrigações futuras? Eu sei que hoje é meio démodé ficar evidenciando contrastes entre homens e mulheres, que é legal agora sermos como as ideologias políticas contemporâneas: sutilmente diferentes. Mas na infância essa diferença é gritante. Século XXI, e minha filha brinca de princesa-mamãe. Não nego que haja uma modernidade aí, porque o príncipe nem é mencionado.

Instinto. Como uma leoazinha que brinca de caçar, mulheres exercitam desde crianças a maternidade, tornando as coisas mais fáceis quando efetivamente viram mães. E tem outra. Eu, como pai solteiro, fico sempre impressionado com o sexto sentido materno, esse software nativo feminino que facilita demais a vida de vocês. Já vi uma mãe descolar os olhos de seu livro apenas um segundo antes do filho fazer uma besteira e conseguir alertá-lo, outra que desconfiou de uma babá só de olhar pra ela e depois descobriu que a moça tinha ficha mais suja que fralda usada, e ainda outra que acordou no meio da noite sem motivo, foi ao quarto de seu filho e encontrou-o ardendo em febre. Se vendessem o elixir do sexto sentido em farmácia acho que eu o compraria mais do que remédio pra nascer cabelo, se existisse também.

Essa falta de especialização não exime o pai de sua presença e responsabilidade, mas torna a tarefa mais trabalhosa pra nós. Enquanto eu e minha filha estivemos na praia, não consegui ler nem vinte páginas de um dos livros que levei, tinha que ficar alerta o tempo todo pra garantir que ela estivesse bem. Não tenho essa autoconfiança natural das mães. Claro que se eu tivesse esse “sexto sentido” bem aguçado também tentaria usá-lo em tarefas menos nobres como aplicar na Bolsa ou jogar na loteria. Mas uma parte da grana que eu ganhasse iria pra conta-poupança da minha pequena, juro.

11 comentários:

Nina disse...

Que legal, adorei!

Parabéns!

beijo para vocês!

Rubens disse...

Bacana o texto, Aggeo. Mães são multitasking; nós, pais, apenas tentamos.

Anônimo disse...

Primeiro, comentário como sua amiga de infância (risos): ameiiiii. Agora, como mãe: ameiiiiii, ameiiiiii. Eu te admiro demais!!! Beijão em vocês.
Márcia - Brasília.

Jacke Gense disse...

Parabéns!!!

Betty Mello disse...

O mais legal de tudo é temos muito que aprender uns com os outros - homens-mulheres/pais e mães. As mães tem que abrir mão de algumas coisas "tão responsavelmente chatas" e virar um pouco moleque-cúmplice ( coisa que os pais "tiram de letra" !!!) , de almoçar às 2 da tarde, de andar na chuva descalça sem se preocupar e com a certeza de que "ninguém vai ficar resfriado ...!!!". As mulheres adorariam comprar este elixir "masculino" !!!
Parabéns pela publicação na revista também ! Um abraço, Betty Mello

Anônimo disse...

Parabéns pelo artigo. Você é sim um ótimo pai!

Lu Cotta

Cristina João disse...

Oi Aggeo,
Estava com saudades, passo sempre por aqui pra conferir as novidades, mas na maioria das vezes, sem tempo pra comentar.
Parabéns pela matéria na revista, você merece!!
Quanto ao sexto sentido feminino, acho que é mais instinto mesmo, sem contar que nós meninas nascemos com o alerta ligado enquanto vocês meninos nasceram com outras qualidades, por isso nos completamos.
Você é prova de que a boa vontade supera a falta de qualquer instinto!
Beijos,
Cris João.

danny falabella disse...

sim. Temos este estranho sexto sentido. Já usei-o em todas as situações descritas. Mas também, mais do que nunca, acho o pai essencial. Sou divorciada a 1 ano. Minha filha tinha 4 e o pai, por incrível que pareça, está mais presente agora. Isso ajuda muito. Meninas, principalmente, são mais chegadas aos pais do que às mães. Impressionante. Vc, se já não percebeu, vai perceber.

erika Pimenta disse...

Nossos brinquedos de infância:
Meninos:Carrinhos e bonecos hérois.
Menina:Panelinhas e bonecas bebês...
Lindo texto, agora todo mundo vai ver na revista, parabéns pela sensibilidade, a Ava é uma sortuda.

Docinho disse...

adorei o texto, a frase.. as pessoas sao muiiiiiiiiito diferentes, toda regra tem a excessão né! nao conhecia seu blog, gostei d muitas coisas aqui, meio sem tempo pra ler tudo.. ser mãe solteira tem disso = pouco tempo.

Gabi Rosa disse...

Esse lance de sexto sentido feminino é esquisito mesmo, nem a gente consegue explicar.. rsrs
Parabéns pelo blog! Iniciativas como essa me fazem crer q nem tudo está perdido! rs
Bjs

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