quinta-feira, 10 de junho de 2010

FILHO, EU?


Desde que me separei meus ouvidos buscam histórias e casos de quem também passou por essa doída experiência. Uma delas foi a de um casal que estava há um mês separado (com filho de quatro anos à época) e que eu encontrei ora com um, ora com outro, na mesma noite, em lugares diferentes da cidade. Ela foi a primeira. Entre os papos de sempre, me disse que pra ficar por uma noite não faltava homem, mas eles evitam namorar com mães, pois elas têm menos disponibilidade para se divertir e menos flexibilidade para topar programas de última hora, entre outras coisas. Concordei parcialmente. Quando existe um sentimento forte por alguém se dá um jeito. A família ajuda, o cara topa uns programas infantis. Amor é um motor e tanto para o entendimento. E aproveitei para plantar a sementinha da guarda compartilhada na cabeça dela, que tinha horror de deixar o filho com o ex-marido por julgá-lo avoado demais.

Horas depois estava eu com ele, o ex-marido, numa dessas ótimas coincidências. Ele estava acompanhado. Aproveitando a hora em que a moça foi ao banheiro ele me disse sorrindo que estava no paraíso, pegando mulher pra caramba, todas lindas, não se interessava muito por nenhuma, algumas nem guardava o nome ou telefone. Estava amando a liberdade pós-separação. A outra face da mesma moeda. Eu perguntei a ele sobre seu filho e ele disse que gostaria de ficar mais com ele do que ficava, mas a ex não confiava muito em suas habilidades de pai. Comecei a falar de como essa confiança pode acontecer gradativamente, tanto na medida da experiência dele quanto no fato de que a criança cresce e fica menos dependente da mãe e a mãe dela. Não percebi que já chegara do banheiro a garota do meu amigo. “Você tem filho?” - disse a mocinha com ar de indignada. “Tenho, por quê?” – respondeu ele. Nessa hora saí de fininho com um sorriso amarelo que significava um pedido de desculpas. Ninguém precisa falar de filho para uma ficante na primeira noite. Mais uma vez, homens e mulheres estão em pé de igualdade.

Isso faz 3 anos. Hoje eles dividem a guarda (o garoto tem sete) e estão felizes namorando pessoas legais.

5 comentários:

Paula Betzold disse...

Oi oi! estava com saudades das suas postagens, que bom que esse casal se resolveu.... bem eu continuo com a opinião da mãe que é dificil achar alguem que queira relacionamento mais serio com mamães, por causa das nossas limitações... ainda mais, eu, que fui mãe muito nova... me sinto rotulada de um monte de coisas...
MAs, excelente postagem!!! beijocas

Nina disse...

Tão bom ler histórias assim.

Eu e minha menina ainda estamos na fase complicada, um ano e meio após a separação.

Mas descobri que a gente só pode fazer a nossa parte. A parte do outro, cabe ao outro.

Beijo e não some!

Mariana disse...

Bela história! Propícia pra esse dia dos namorado ;)

Di disse...

Puxa, gostei muito de ter "caido" aqui. :)
Meu marido se casou e teve a primeira filha muito cedo, com 19 anos e 20 anos respectivamente. Se separaram quando a menina tinha 4 meses, e quase dois anos depois eu e ele começamos a namorar. Eu não conheço o lado dela da historia, não foi uma separação facil, o divorcio demorou a ser concretizado, ele ficou muitos anos sem ver a filha, ora por culpa por parte dele, de não se achar merecedor, outra por parte dela por falar isso a ele e proibi-lo de ver a filha.
Hoje, nos dois temos uma menininha de 8 meses, e sua irmã mais velha vem sempre que pode nos ver e ficar com a irmãzinha. Mas ele ainda morre de medo do dia em que ela vai perguntar "Por que você não estava lá?"
to seguindo aqui ^^

Amanda disse...

caraca ki legal. ambos merecem ter a liberdade ne., e o filho precisa dos dois lados p se espelhar

Veja 10 dicas de como sobreviver ao seu ex, neste Verão - Matéria de Flávia Azevedo para o correio 24h

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