
Há aquela velha discussão sobre se os fins justificam ou não os meios. No caso do casamento (ou morar junto) eu tenho uma certeza: os inícios justificam os fins. O começo de um relacionamento que evolui para a gente tomar coragem de querer morar junto tem que ser bom demais. Excitante, mágico, complementar, de sonho. Pra justificar todo aquele sofrimento do término. Que virá, mais cedo ou mais tarde. Gente que já passou por dois pensa assim.
Estou vindo com esse assunto depois de uma conversa que participei com um grupo de amigos. De um lado, os recém solteiros, cheios de convicções de que nunca mais vão juntar seus trapos com ninguém. Do outro, de que eu fazia parte, os solteiros já sem mágoas, com a memória do término esvanecida pelo tempo, e por isso mais resolvidos com a possibilidade. A gente, do segundo grupo, há poucos anos atrás fazia parte do primeiro. E eles sabiam disso. Nós também sabíamos que todos os recém solteiros são radicais e que depois de algum tempo iriam passar para o segundo grupo. Foi bem engraçado. Mas numa coisa fechamos. Ninguém segura a ideologia da solteirice depois que encontra alguém especial e consegue enxergar isso. Se o carisma se estende por meses, anos, e se a vontade de ficar junto persiste, podemos até ir com o pé atrás, mas vamos, felizes da vida. E que venham as alegrias e dificuldades dessa utopia.